Texto: Jo.2.1-11.
Para os judeus, o vinho era símbolo de vida, alegria e abundância. O vinho
era a alegria da festa e representava a esperança de uma vida para os recém
casados. Não sabemos os nomes dos noivos. O que sabemos é que havia uma festa
de casamento num lugarejo pobre e esquecido da Galileia, chamado Caná, que
significa “lugar de canas”.
As bodas geralmente duravam uma semana, e acabar o vinho seria algo humilhante, inoportuno e constrangedor para os noivos. O fato de Maria ter pedido ajuda de Jesus quando o vinho acabou, dá a entender que ela tinha parentesco com a família anfitriã. Esse devia ser um problema comum naqueles dias, já que as festividades de um casamento geralmente levavam uma semana. Jesus aproveitou aquela oportunidade para revelar aos seus seguidores quem ele era. Não foi sozinho, o grupo estava com ele. Ao transformar a água em vinho, Jesus surpreendeu seus discípulos e edificou a fé deles (Jo.2.11). De certa forma, Jesus era o vinho novo que traria abundância de vida ao judaísmo.
Todos os convidados precisavam presenciar o seu primeiro milagre. Ele
estava naquela festa para fazer toda a diferença: manifestar a sua identidade
como o Filho de Deus!. Tudo começou naquele dia
inesquecível.
Um jovem casal se preparava para começar uma vida nova, então o inimaginável aconteceu – o vinho acabou! (Jo.2.3). O que fazer agora? Onde encontrar vinho de boa qualidade naquele momento da festa? Tudo indicava que as bodas terminaria num grande fracasso!. Interessante que em todo o Evangelho de João, Maria fala somente duas vezes, e foi justamente nesta festa de casamento. Maria vai ao encontro de Jesus. Não pede nada, apenas apresenta o fato. É uma afirmação de fé, comunica o que está se passando na festa. Surge um pequeno diálogo entre os dois. Entendemos que havia uma necessidade urgente. O problema precisava ser resolvido imediatamente!. O verbo está no presente: Acabou o vinho!. Observe que Maria não foi ao chefe de cerimônias, responsável pela festa, pois ela sabia que daquele homem não podia esperar nada!. Na verdade, Maria já sabia da condição divina de seu filho e certamente, não havia esquecido o nascimento sobrenatural de Jesus (Lc.1.32.33).
Foi por isso, que ela deixou que Ele agisse segundo sua vontade e
sabedoria. Interessante que o primeiro “sinal” de Jesus, começou no meio de
gente simples, alegres, e de poucos recursos.
Jesus escolheu manifestar o seu primeiro milagre no meio dos serventes,
dos pequenos, como no dia do seu nascimento quando se revelou aos pastores. Ainda não é chegada a minha hora (Jo.2.4). Era costume na época, os nomes dos convidados serem mencionados na medida que
a bebida era servida.
O texto significa nada mais que “ainda não é a
minha vez de oferecer”. Jesus sabia a hora certa para oferecer o vinho novo.
Esse vinho novo seria aquele que poria fim ao vinho velho: a “lei dos
judeus”, já ultrapassada.
Podemos observar ainda nesse contexto, que os participantes da festa não haviam provado o novo vinho!. O vinho que revelaria Jesus como o Messias. Quando Jesus transformou água em vinho, Ele demonstrou seu poder divino, e o que Ele fez em poucos segundos, levaria algumas semanas ou meses. Foi então, a primeira vez que seus discípulos creram Nele! (Jo.2.11). O vinho bom! Normalmente era servido primeiro o vinho de melhor qualidade. Então, depois de os convidados estarem satisfeitos, o vinho de qualidade inferior era servido. Na festa em questão esse segundo vinho era melhor que o primeiro, ao ponto de fazer o mestre-sala ficar surpreso com o fato de o terem servido no fim, e não no início! (Jo.2.10). Quando lemos o texto da nossa mensagem, podemos observar que Jesus está demonstrando algumas lições extraordinárias. Nessa Festa de Casamento, Jesus está nos revelando Dois Fracassos Humanos, para em seguida realizar o Seu milagre!. Vamos analisar atentamente: Primeiro - O Fracasso da Festa Humana. Os recursos humanos não podem promover felicidade porque a alegria humana termina no meio da festa. Por mais recursos humanos que a gente tenha eles não serão suficientes e por isso existem tantos casamentos frustrados, divórcios, brigas, separações, famílias destruídas, projetos inacabados e muitas desilusões. O fato é que nem sempre percebemos que algo está nos faltando. Se não percebemos é porque o vinho ainda não faltou. Na Festa Humana o vinho sempre acaba! E quando acaba o vinho, acaba a alegria, acaba o entendimento, acaba o amor e acaba a paz. Você já percebeu o que está faltando no seu lar? Na sua vida? É preciso detectar o que de importante está nos faltando. Quando olhamos o mundo de hoje, percebemos que há uma situação desastrosa. Infelizmente tudo está acontecendo por causa da nossa própria insensatez. E isso também tem acontecido com a Igreja de hoje, e com os que participam das bodas nestes últimos dias!. A alegria, e a novidade de vida do sacrifício de Jesus parece ter acabado!. Praticamente não se prega mais sobre a cruz, o arrebatamento, e sobre as riquezas intermináveis que o céu nos proporciona. Ninguém mais se alegra com essa novidade. A troca com Deus, e o comércio dentro do seu Templo (que é o nosso coração), e a religiosidade fria perante os homens sem amor, tem invadido as igrejas trazendo um espírito de egoísmo e divisão muito grande. Por isso, vemos nas nossas igrejas vidas afetadas e marcadas pela violência, pela injustiça, pela dor, pela corrupção, pela falta de direito, pela falta da verdade, pela falta da sinceridade, pelas crises, pelos desafios, pela ira, e pela insegurança. Nas bodas de Caná, Jesus estava junto das famílias. Compartilhava de um momento íntimo, de muita alegria, dentro de um lar junto dos participantes. É impossível o mundo continuar da mesma forma em que está. Algo novo tem que surgir, e transformar a água em vinho novo, pela graça e poder de Jesus. Sem a presença de Jesus, a Festa Humana comumente entra em crise pessoal, familiar, espiritual, religiosa, e moral. É nesse momento que Jesus quer agir, ofertando o vinho novo para transformar uma vida de sofrimento em uma vida cheia de esperança. Mas isso só vai acontecer se você o convidar e acolher a sua presença na nossa vida. Segundo - O Fracasso da Religião As talhas naquela casa eram usadas apenas nas festas de Purificação, uma tradição religiosa dos judeus. Eram feitas de pedra, porém ocas, vazias, frias. Muitos são religiosos, mas estão vazios, apenas com a aparência de cristãos precisando que Jesus chegue para realizar o milagre da transformação!. Hoje, Deus está falando aos convidados e aos serventes que encham as talhas de água “até em cima” (Jo.2.7). É preciso “fazer tudo que Ele mandar” para que o milagre aconteça. Precisamos ter experiência da graça de Deus, porque ela vai suprir o vazio do que “acabou” e transformar a água num vinho bom, muito melhor que o primeiro!. A tradição judaica exigia vários tipos de rituais de purificação. Os mais rígidos lavavam as mãos antes, durante e depois das refeições. Seguiam rituais e leis, eram puras invenções legalizadas, que não passavam de práticas externas. Entendemos que Jesus nunca condenou a tradição judaica. Combatia somente as que entravam em conflito com a Palavra de Deus!. Isso significa que ter aparência de religioso não faz de ninguém, um verdadeiro convertido!. O que necessitamos é de um novo coração transformado, feito segundo a imagem de Cristo. Para isso, é importante que abandonemos a religiosidade e a tradição, mas isso só acontecerá quando experimentarmos o vinho novo. Não corra atrás de sabedoria humana, ou religiões que se sobreponham à Bíblia. Não deixe que a religiosidade mude a sua visão, o seu rumo, o seu projeto ou as suas forças. A religiosidade só vai lhe deixar exausto, confundir o seu espírito, os seus sentimentos, o seu intelecto e anular a sua fé!. Vejamos outras lições que Jesus tem para nos mostrar. São na verdade, Dois Grandes Momentos para Jesus Participar da Festa Humana! Primeiro - A Presença do Espírito Santo na Festa Humana Jesus quer colocar na religião mais festa, mais alegria, mais vida, pois a festa precisa da presença do Espírito Santo. O nosso coração é um vasilhame onde Deus quer encher com o vinho novo, puro, um vinho sem mistura. À medida que vamos se enchendo desse vinho, nossa vida vai se aproximando cada vez mais de Deus. Precisamos estar dispostos para fazer isso. Se não for dessa maneira nossa vida continuará ser conduzida de forma desordenada, com velhos conceitos tradicionais e envelhecidos com o tempo. É o que o vinho velho tem oferecido!. Se continuarmos com a velha vida, desperdiçamos a unção que Deus quer nos dar. A vida espiritual do crente na Igreja não pode ser uma vida sem conteúdo e vazia. Triste e dura coisa é quando o vinho acaba na nossa vida. Significa acabar com a paz, a alegria e a Unção do Espírito Santo, trazendo para a Festa Humana, uma terrível seca espiritual em que muitos da Igreja não resistirão e perecerão para sempre!. “Há lastimoso clamor nas ruas por causa do vinho; toda a alegria se escureceu, desterrou-se o gozo da terra. Na cidade só ficou a desolação, e com estalidos, se quebrou a porta” (Is. 24.11-12). Quando isso acontecer, a Igreja irá pedir por vinho, como Maria fez. Segundo - Toda Festa Humana Precisa Acontecer Um Milagre Jesus quer colocar um milagre na Festa Humana. O casamento, a profissão, o sonho, o projeto e a família precisam do milagre para que a alegria, a paz na nossa festa continue. Jesus entrou naquela casa, sabendo que a festa iria acabar no meio. Toda festa humana passa, mas Jesus se faz presente para dar continuidade, trazer o milagre, uma nova esperança, um sabor novo à nossa casa e vida cristã. O milagre só vem quando o vinho novo chega, produzido pelas mãos do Mestre. O milagre só acontece com o despertar da nova visão para a igreja; os que são transformados de coração pelo Espírito Santo. O milagre só se realiza para os que agradam e glorificam a Deus. O milagre só ocorre para aqueles quem tem o coração aprovado por Deus. O milagre só existe para os que são guiados pelo Espírito Santo. Por que Jesus pediu que enchessem as talhas de água?. É porque Ele quer a participação humana. E quem participa, crê, coloca em prática, executa e é abençoado!. De alguma forma, sempre estamos precisando da participação de alguém na nossa vida. Devo oferecer a minha participação para Jesus, mesmo que seja singela e pequena. Para o milagre acontecer não importa o tamanho da nossa necessidade. “É só fazer o que ele mandar”. As talhas representam todos nós, os vasos de barros. A água que as enche é a presença do Espírito Santo naqueles que o receberam. Só os que se conservam cheios, participam do milagre, do renovo, e da manifestação de Jesus na sua vida. Toda a igreja de Cristo deve provar o vinho novo. É de um sabor como nunca degustado na Terra. É a intensa revelação de Deus aos seus filhos em amor e sabedoria, dons, prodígios e “sinais”. O milagre é com Jesus. Provar do Vinho Novo é com você!. |
Sou pastor missionário da Assembleia de Deus de Manaus-Am. Sou casado, pai de 3 filhos, e avo de 9 netos. Fui resgatado pela infinita misericórdia de Deus do espiritismo. Minha vida foi totalmente transformada por Jesus quando larguei a mesa mediúnica da seita de Allan Kardec. Hoje somos uma família feliz, abençoada e apaixonada por Deus. Meu testemunho é rico de milagres porque Jesus tomou conta da minha família e do meu ministério.
terça-feira, 3 de setembro de 2019
O VINHO ACABOU
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