Texto Gn. 26.1-33
A Bíblia enumera
muitos fatos da vida de fé desse patriarca e um dos fatos mais marcantes
descreve a forma como se comportou em uma
grave crise na sua vida. Pressionado pela situação, ele ora acertou, ora
errou e, mesmo assim, conseguiu cavar poços na crise e vencer as dificuldades
alcançando a prosperidade. A vida de Isaque e a forma como encarou suas crises
trazem lições preciosas para as nossas vidas.
PRIMEIRO
PRINCÍPIO - SEGUIR A DIREÇÃO DE DEUS – V. 1-6
Somos desafiados a lutar pela
própria sobrevivência – v.1 - A fome assolava a terra. Era tempo de escassez, de desemprego, de
contenção drástica de despesas, de recessão. Isaque não ficou lamentando, ele
saiu, procurou agir. Hoje vivemos diversos dramas que nos têm conduzido a
muitas crises. O medo do futuro apavora as famílias. Precisamos enfrentar esse
desafio.
Na crise não podemos buscar
atalhos - v. 2. - Isaque foi tentado a descer ao Egito, lugar
de fartura e riquezas fáceis. Queremos soluções rápidas, fáceis e sem dor. Mas
Deus disse a ele: “Não desças ao Egito”. Cuidado para não transigir com os
valores de Deus na hora da crise. Cuidado para não tapar os ouvidos à voz de
Deus na hora da crise. Desista das vantagens imediatas por bênçãos mais
invisíveis (v. 3) e remotas (v. 4). Desista dos seus planos e siga o projeto de
Deus. O caminho do Senhor sempre será melhor.
Na crise, precisamos tomar posse
das promessas de Deus - v. 3-5 - Deus disse para Isaque: não fuja, fique! Floresça onde você está
plantado. Não corra dos problemas, enfrente-os. Vença-os. O seu futuro está nas
mãos de Deus. Não deixe a ansiedade estrangular você. Deus acalmou o coração de
Isaque e lhe disse: Calma! Eu estou contigo. Calma! Eu tomo conta da sua
descendência. Calma! Seu futuro está em minhas mãos e não acabado pelo terremoto
das circunstâncias. Calma! Eu vou fazer de você e da sua descendência uma
bênção para o mundo todo. A causa da nossa vitória não é ausência de problemas,
mas a presença de Deus nos garantindo a vitória.
Na
crise, precisamos obedecer sem questionar - v. 6 - Deus tinha duas ordens
para Isaque: Não desças ao Egito (v. 2) e fique na terra de Gerar (v. 2,6).
Isaque não discutiu, não questionou, não racionalizou, não duvidou. Isaque
obedeceu prontamente, pacientemente. O caminho da obediência é o caminho da
bênção. Na crise não fuja de Deus, obedeça a Deus!
SEGUNDO PRINCÍPIO – NÃO USAR A
MENTIRA – V. 7-11
A mentira é perigosa e maligna - v. 7 - Isaque mentiu para salvar a sua pele e para
colocar a sua mulher na maior de todas as encrencas. Ele demonstrou que amava
mais a si do que a esposa. Ele estava preocupado com a sua segurança e não com
os sentimentos da sua mulher. Ele negou o mais sagrado dos relacionamentos: a
união conjugal. Ele foi covarde na hora que precisava ser mais corajoso.
Quantos cônjuges egoístas e mesquinhos são hoje causas de crise no casamento
por causa de mentiras. A mentira contada (v. 7) tornou-se mentira descoberta
(v. 8-9). A mentira descoberta tornou-se mentira reprovada (v. 10-11).
A mentira produz incoerências – v. 8-11 - As carícias na intimidade eram uma
contradição da negação do compromisso em público. Isaque só era marido dentro
de casa. Fora dos portões, não tinha coragem de assumir a sua mulher. Isso
certamente feriu o coração de Rebeca.
A mentira gera pecados graves. Isaque cometeu três pecados graves: Mentira, Egoísmo
e Medo. Não deixe que a crise financeira ou qualquer outro problema familiar
fragilize o seu relacionamento conjugal. A crise deve ser um tempo de
aproximação do casal e não de instabilidade. Hoje muitos casamentos acabam em
divórcio. Há cônjuges infelizes e tristes por causa do pecado e da mentira. A sua família
é o seu maior patrimônio. Nenhum sucesso compensa o fracasso da sua família.
TERCEIRO PRINCÍPIO – EVITE O
PESSIMISMO PARA VIVER A FÉ – V. 12-14
Semear na sua terra, ainda que todos duvidem – v. 12 - Muitos podiam dizer: o lugar é deserto.
Aqui não chove. A terra é seca. Aqui não há água. Não vai dar certo. Outros já
tentaram e fracassaram. Não tem jeito, jamais vamos sair dessa crise. Isaque se
recusou a aceitar a decretação do fracasso em sua vida. Ele desafiou o tempo,
as previsões, os prognósticos, a lógica: “Semeou Isaque naquela terra”.
Meu
conselho pastoral é que você deve: semear na sua terra. Semear no seu
casamento. Semear nos seus filhos. Semear no seu trabalho. Semear na igreja. Não
importa se hoje o cenário é de um deserto. Vamos lançar a rede em nome de
Jesus. Lançar o pão sobre as águas. Andar pela fé. Semear no seu deserto. Deus
faz o deserto florescer.
Torne-se um especialista em derrotar crises, não se acomode - v. 18-22 Isaque começou a cavar poços. Cavou sete
poços. Ele se especializou no que fazia. Ele buscou um milagre, mas estava
pronto a suar a camisa. Quem quer passar no vestibular, estuda com afinco. Quem
quer passar no concurso, estuda com seriedade. Quem busca um emprego, sai de
casa cedo. Quem quer ser próspero, não fica deitado de papo para o ar. Isaque
foi à luta. Ele se especializou no que fazia: cavar poços no
deserto. Ele prosperou quando todo mundo estava reclamando da
crise e da fome.
Faça a sua parte e espere o sobrenatural de Deus - v. 12-14 - Isaque colheu muito no deserto, na seca
(v. 12). “Enriqueceu-se o homem, prosperou, ficou riquíssimo” (v. 13).
Tornou-se próspero (v. 14). A razão? Porque o Senhor o abençoava (v.
12b).
A intervenção sobrenatural de Deus não anula a ação natural do
homem: Isaque experimentou o milagre de Deus na crise. Mas Isaque não prosperou
na passividade. Ele cavou poços. Ele plantou. Ele investiu. Ele trabalhou. Ele
foi um empreendedor. Há uma profunda conexão entre a dolência humana e a bênção
de Deus, entre trabalho e prosperidade (Pv 10:4; 13:4; 28:19).
QUARTO PRINCÍPIO - PROTEGER O
CORAÇÃO DA AMARGURA EM VEZ DE BRIGAR PELOS DIREITOS – V. 14b-21
Esteja
no controle dos seus sentimentos. Sua paz de espírito é melhor do que a
riqueza. Isaque
enfrentou: a) a inveja dos filisteus (v. 14); b) a suspeição e rejeição de
Abimeleque (v. 16) e c) a contenda dos pastores de Gerar (v. 20,21). As pessoas
normalmente não se alegram quando você prospera. Inveja, rejeição e contenda
são tensões que você precisa enfrentar. Como Isaque enfrentou tudo isso? Com
paciência. Quando Abimeleque o mandou sair, ele saiu. Quando os filisteus
encheram os seus poços de entulho, ele saiu e abriu outros poços.
Quando os
pastores de Gerar contenderam para tomar os dois poços novos, ele não discutiu,
foi para frente para abrir o terceiro poço. Isaque nos ensina que é melhor
sofrer o dano do que entrar numa briga buscando os nossos direitos. É impossível ser verdadeiramente próspero sem
exercitar o perdão. Quem guarda mágoa, e passa por cima dos outros, quem
atropela os outros e fere as pessoas não tem paz!.
Quando você teme a Deus, ele reconcilia com você os seus inimigos - v. 26-33 Abimeleque o expulsou, mas depois o
procurou, pediu perdão e reconheceu que ele era “o abençoado do Senhor” (v. 29)
e Isaque o perdoou.
QUINTO PRINCÍPIO – NÃO ABANDONE
SUAS VELHAS EXPERIÊNCIAS – V. 18-22, 25,32
Isaque reabriu os poços antigos de seu pai - v. 18 - Isaque aprendeu com a experiência dos mais
velhos. Ele reabriu as fontes de vida que abasteceram os seus pais. Precisamos
redescobrir as fontes de vida que nossos pais beberam e que foram entulhadas
pela corrupção dos tempos. Precisamos cavar esses poços outra vez. Lá tem água
boa. Lá têm mananciais. Precisamos voltar a reunir a família em torno da
Palavra. Precisamos orar juntos.
Precisamos voltar a fazer o culto doméstico.
Precisamos voltar às antigas veredas em vez de ficar flertando as novidades do
modernismo teológico. O casamento precisa dos papéis do homem e da mulher
conforme a Palavra de Deus ordena. Não estamos precisando de novidades, de
correr atrás de cisternas rotas.
Isaque abriu novos poços, mostrando que não se contentava com as
experiências do passado, ele queria mais - v. 19-22, 32.
Ele era um homem empreendedor. Ele queria mais. Precisamos aspirar mais do que
os nossos pais aspiraram. Precisamos avançar mais do que eles avançaram. Os
melhores dias não ficaram para trás, estão pela frente. Nada de saudosismo. Não
podemos deixar que as experiências do passado sejam o limite máximo das nossas
buscas. Não podemos jogar o passado fora nem idolatrá-lo.
A história é dinâmica.
Devemos aprender com o passado, viver no presente, com os olhos no futuro.
Isaque saiu da terra dos filisteus, foi para o vale de Gerar, depois para
Reobote, depois para Berseba. Mas aonde foi, foi cavando poços. Ele queria água
no deserto. Berseba antes era um deserto, agora era uma cidade, porque Isaque
achou água ali.
Isaque tirou os entulhos dos filisteus para que a água pudesse jorrar - v. 18 - Ele compreendeu uma verdade sublime: havia
água nos poços. Mas ela não podia ser aproveitada. Primeiro era preciso tirar o
entulho dos filisteus. Deus tem para nós fontes, rios de água viva. Nós não os
recebemos porque há entulho para ser tirado. Antes de sermos cheios do Espírito
de Deus, precisamos tirar o entulho do pecado.
Isaque não era
apenas um homem próspero, era também um homem piedoso (v. 24-25). Ele
levantava altares no seu trabalho. Ele levava Deus para o seu trabalho e trazia
o seu trabalho para Deus. Tudo que você faz na vida precisa ser um ato
litúrgico. Você precisa
trafegar da igreja para o trabalho com a mesma devoção.
Sua segunda-feira
precisa ser igual ao culto de domingo. Se a crise chegou, você é um forte
candidato a um extraordinário milagre de Deus.
Vamos cavar poços
e vencer essas crises Amém?
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